Iniciativa celebra os 200 anos de imigração alemã e seu legado para a cultura brasileira

 

 

A cidade de São Paulo é conhecida internacionalmente por sua diversidade cultural, e os povos de língua alemã foram responsáveis por uma parte significativa das contribuições feitas pelos imigrantes para a cultura brasileira. Com o objetivo de celebrar e destacar essa contribuição histórica, o consulado geral da Alemanha em São Paulo e o Instituto Martius-Staden uniram-se para elaborar o mapa "Uma São Paulo Alemã", que apresenta 32 pontos de interesse relacionados à presença alemã na capital paulista.

 

Desde igrejas e museus até edifícios históricos e centros culturais, o mapa leva os visitantes em uma jornada pelos locais que testemunham a influência alemã em diferentes regiões da cidade, com ênfase especial no Centro e na Zona Sul.

 

Uma das características mais marcantes da presença alemã em São Paulo é o legado educacional. O mapa destaca as escolas PASCH (parceiras da Alemanha para o futuro), que surgiram entre a segunda metade do século 19 e o início do século 20. Dentre elas, destaca-se o Colégio Visconde de Porto Seguro, fundado em 1878 na região central e conhecido inicialmente como Escola Alemã. Hoje, o Porto conta com três câmpus na cidade e um em Valinhos, no interior do estado.

 

Imigração – O ano de 2024 marca o bicentenário da imigração continuada de migrantes falantes da língua alemã padrão e seus dialetos para o território brasileiro. Segundo Mauritius von Dubnitz, diretor do Instituto Martius-Staden e do Colégio Visconde de Porto Seguro, esses migrantes desempenharam um papel crucial na história do Brasil, contribuindo para moldar a identidade cultural e econômica do país. Originários de diversos países, como Alemanha, Luxemburgo, França, Áustria, Suíça, República Tcheca, Polônia, Ucrânia, Rússia, Dinamarca e Romênia, os imigrantes deixaram um legado duradouro que ainda é visível hoje em dia.

 

"O mapa 'Uma São Paulo Alemã' é uma ferramenta indispensável para os amantes da história e da cultura, bem como para os turistas que desejam explorar as raízes da presença alemã em São Paulo", afirma Mauritius. "Estamos entusiasmados por compartilhar essa herança cultural e celebrar a riqueza da diversidade que enriquece nossa cidade."

 

O mapa "Uma São Paulo Alemã" está disponível para download gratuito no site oficial dos 200 anos de povos de língua alemã no Brasil: www܂agendaalema܂org܂br

 

Descubra por que São Paulo também é alemã

 

A presença e influência dos povos de origem germânica se espalham por todas as regiões e em diferentes aspectos da rotina, cultura e economia da metrópole:

 

Bairros – A estação de metrô Bresser-Mooca e o terminal rodoviário Bresser receberam o nome do alemão Carlos Abrão Bresser (1804-1856), engenheiro que planejou os bairros do Brás e da Mooca. Outro bairro na Zona Leste, Vila Ema, foi loteado pelo engenheiro alemão Victor Nothmann (1841-1905) e batizado com o nome de sua esposa, Emma Nothmann. Na Zona Sul, existem alguns bairros com uma história de presença alemã, como Campo Belo, Brooklin e Santo Amaro. Lá também acontecem as famosas festas de rua MaiFest (em maio) e BrooklinFest (em outubro). Além disso, há diversas instituições, associações, clubes, restaurantes e lojas de origem alemã na cidade de São Paulo, como o Esporte Clube Pinheiros, o Yacht Club Santo Amaro e a Sociedade Filarmônica Lyra.

 

Igreja de Nossa Senhora da Consolação – Inaugurada em 1801, a Igreja de Nossa Senhora da Consolação passou por diversas reformas, até que, em 1907, foi demolida para dar lugar ao edifício atual projetado por Maximilian Hehl (1861-1816), arquiteto alemão radicado no Brasil. Hehl foi professor da Escola Politécnica de São Paulo e responsável pelos projetos da Catedral da Sé e da Catedral de Santos.

 

Cemitério de Colônia – Este é o cemitério protestante mais antigo de São Paulo, fundado pelos imigrantes alemães que chegaram a partir de 1827 e receberam suas terras em 1829. Vale a pena conhecer os túmulos antigos e as cruzes de ferro fundido produzidas na antiga Fábrica de Ferro de Ipanema, perto de Sorocaba.

 

Instituto Martius-Staden – Fundado em 1938, dispõe de um arquivo e uma biblioteca de imigração alemã que estão abertos ao público para a realização de pesquisas acadêmicas e genealógicas. Além disso, promove eventos culturais como palestras, concertos, entrevistas, publicações de livros e exposições.

 

Museu do Ipiranga – Atualmente dedicado à história e à cultura material, o Museu do Ipiranga foi formado por coleções de zoologia, botânica, além de peças arqueológicas, etnográficas e históricas. Seu primeiro diretor foi Hermann Friedrich Albrecht von Ihering (1850-1930), zoólogo alemão radicado no Brasil, que atuou na organização do Museu com o objetivo de torná-lo um museu de história natural.

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